Canção
Matinal
Acorda
bem cedo o homem
da
casa de telha-vã
e
abre janela e porta
como
se abrisse a manhã.
E
eis que a vida não é mate
nem
triste, nem só, nem vã.
É
doce: cheira a goiaba
e
brilha como romã
orvalhada.
E ele caminha,
o
homem, com passos de lã
para
em nada perturbar
a
quietude da manhã.
Já
não há mágoas de perdas
nem
angústias de amanhã,
pois
a alma que há na calma
entre
a goiaba e a romã
é
a própria alma do homem
da
casa de telha-vã,
que
declara a noite morta
e
acende em si a manhã.
Ruy
Espinheira- Elegia de Agosto e Outros poemas
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